terça-feira, 30 de setembro de 2008

Não bastasse usar a mesma estratégia do presidente ao usar o fator família na sua campanha - "porque minha mãe sempre me dizia..." "eu me lembro que meu pai..." -, Pinheiro vai além e intercala o seu discurso no palanque com o de Lula. Por alguns segundos é como se fossem a mesma pessoa.

Chega logo, dia 5.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Eu não consigo entender essa campanha auto-sabotadora de ACM Neto para prefeito de Salvador. Três aperitivos:

i | Lançar como algo sério a proposta do Big Brother Bairro. Acho bizarro em tudo - não só pela estratégia de controle usando câmeras no espaço público como também pelo uso da malfadada sigla BBB. Quando Juliano viu isso na TV achou que fossem os outros candidatos fazendo troça dele. Antes fosse.
Notem que a campanha de João Henrique também adotou o estilo reality [sic] show. No caso dele, mostra-se um painel com os outros candidatos que já foram "eliminados" pela superioridade do atual prefeito. Se a moda pega...

ii | Usar a seu favor o que o meu lado "marketeiro" acha um dos pontos mais fracos: a cara de garotinho. Ele mal abre a boca e eu já sinto insegurança. Devem estar tentando eleger o Filho dos pobres na impossibilidade de projetar nele a imagem do Pai.
E nesta parte da campanha nos aparece um "pescador" saído diretamente das praias de Itapuã para um estúdio. A caráter, claro. Com sua fala mansa, todo "baianidade nagô" em cada passada lenta de fio naquela rede que parece estar sendo eternamente (re)feita, ele diz: "Eu voto é no menino". Caymmi se retorce no caixão.

iii | E a última que acabei de ouvi-lo dizer e me deixou em choque: "A coisa mais importante para uma cidade é ter um bom prefeito".
E eu, hein? E os outros cidadãos TODOS?

Parece piada, mesmo. De um mal gosto...

sábado, 20 de setembro de 2008

Sem luvas

Eu já fui à faculdade, ontem, preparado para gostar do que ia ver. Isso facilitou tudo, mas poderia gerar frustração se não desse certo. O que - de longe - não aconteceu.

Ermínia Maricato, Cilene [esqueci-me o sobrenome] e Ana Fernandes numa palestra na FAUFBa sobre o boom imobiliário e as conquistas - as realmente alcançadas e as nem tanto - na luta pela Reforma Urbana.

Um dos momentos altos se deu quando a ex-ministra retirou as luvas para soltar uns tapas do tipo: "Como é que vocês aprovaram esse Plano Diretor?" e "Ele foi feito pra beneficiar as construtoras dessa cidade".

Como um tapa daqueles bem fortes, ainda lateja.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Parada Gay 2008 em Salvador

(i)
Ontem foi o dia da Parada Gay aqui em Salvador.
No estado da Bahia, somente neste ano, registraram-se as mortes de dez gays, seis travestis e uma lésbica por conta da homofobia.
Nesta edição os organizadores do evento prometeram desfilar tendo como destaque 17 caixões cobertos por bandeiras pretas - um enterro simbólico.
Seria uma tentativa de não acabar tudo como mais uma micareta.

(ii)
Quem foi lá não viu caixão algum. A festa - claro - aconteceu.
O lado político deste ano ficou por conta do bordão oficial: "Homofobia mata – Seu voto vale sua vida", numa tentativa de orientar os eleitores para os candidatos que defendem as causas dos homossexuais.

"SEU voto vale SUA vida"... e nada de caixão.

Perdeu-se a oportunidade de todos homenagearem as vítimas para cair num "salve-se quem puder", como se já não bastasse para minha indignação o oportunismo eleitoreiro. Eu preferiria que meu voto valesse pelos 17 mortos neste ano e pelos 18 mortos no ano passado aqui na Bahia. Pelos 122 deste ano e pelos 155 do ano passado em todo o Brasil.

(iii)
Segundo a Polícia Militar o evento reuniu cerca de 400.ooo pessoas.
Eu também não vi caixão algum. O post vem como uma redenção por não ter ido e pelo sentido de responsabilidade.
De manhã fui ao Parque de Pituaçu com Gustavo e seu shortinho que é puro orgulho. E passei a tarde em casa com amigos, vendo fotos e contando a eles o que ando planejando pro futuro.

***

As estatísticas prevêem - quando não já comprovam - o aumento no número de mortes relacionadas à homofobia em 2008.
Viver pra contar é um atitude política.

ai, Christo!

.
- Então... eu soube que você está pra comprar mais um Hirst, não é mesmo?
- É verdade. Agora que já tenho algumas borboletas estou querendo um dos animais em formol.
- Eu, como você já deve saber, consegui 2/3 de um tubarão. Estou tentando a outra parte, agora. Aí vou poder começar a expor através de uns galeristas amigos meus que... depois te passo o contato deles.
- Ótimo, porque na semana passada consegui aqueles cachorros de bexiga do Koons. Não resisti - comprei um de cada cor!
- Hmm, tá... eu vi essa exposição no Metropolitan outro dia. Passei por lá porque uma das minhas fundações bancou aquela intervenção do Eliasson na ponte sobre o rio Hudson.
- Claro, claro. Mas, voltando, você consegui algum exemplar assinado pelo Koons daquela edição limitada da Taschen? Tenho um sobrando em casa. É o número 945 de 1.500, mas vale alguma coisa.
- Obrigado, querido, mas entrei na fila bem cedo e consegui um dos 100 primeiros. Veio assinado e ainda por cima com um trabalho dele.
- (ui!) E a caveira, hein? Perdemos essa.
- É. Paciência. Só nos resta tentar uma das fotos. E como a tiragem é de 250... vale a pena investir.
(...)
- Bem... tenho que ir. Até logo, então.
- Até. Nos vemos na Biennale!


para Alé, que me apresentou a Robert Hughes.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

uma goteira

o blog já fez um ano e - confesso - ainda tô longe de fazer atualizações como gostaria.
com o tempo ele vai tomando rumo.