quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Morro de novo. Morro sempre.

Foi maravilhoso ir de novo a Morro de São Paulo. E eu não poderia querer muito mais do que a companhia dos "meus meninos" para começar a comemorar este final de ano... mas é que dessa vez não importava o quão anil fosse o piso da lancha, era impossível o esplendor.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

uma esperança


uma esperança pousou ao meu lado outro dia. engraçado... ao final do primeiro ano do ensino médio lemos "Uma esperança", de Clarice Lispector, e lembro-me como Ana Moura se disse satisfeita mas tinha ficado claramente desapontada com o rendimento da turma. tratei de não esquecer aquele título prum outro momento e fiquei na expectativa... "Como será quando eu encontrar uma delas?"

de lá pra cá toda sorte de grilos e gafanhotos entrou em minha casa. nada dela. e passei um bom tempo arranjando significados pros insetos que mais habitavam o lar, mas nenhum trazia a graça do homógrafo: as baratas vinham quando alguém brigava com meu pai; os ingongos me assombravam quando eu passava os dias me masturbando feito louco; e as formigas em bando pela cozinha eram um sinal de deterioração da família. vez ou outra uma borboleta, mas quase sempre lá, na rua.

e a esperança me aparece dez anos depois. foi numa viagem com alguns amigos a Valença que por pouco não fiz, mas três rápidas conversas fizeram tudo mudar de rumo. já estávamos no segundo dia da viagem, instalados nas casinhas que eles chamam de chalés. ela entrou farfalhando.

"Eita, uma esperança! Não é isso, uma esperança?" (ainda estou me acostumando a ela)
"É, sim. Joga lá fora ou mata logo, não vou dormir com esse bicho aqui."
"Ah... não se pode matar. Ela escolheu a casinha pra se instalar, vamo deixar ela quieta aí."
"Que nada! Não é ela a última que morre, mesmo?
(minha cara de desgosto)
"Espanta ela pra fora, então."
"Hm. Mas não sou logo eu quem vai acabar com ela. Deixe ela decidir pra onde quer ir."

e como ela é frágil e burrinha, mesmo. bendita Clarice. depois de todo estardalhaço ao entrar na sala ficou andando devagar na parede amarela, como se tivesse esquecido que pode voar. ela não se faz sorrateira, é como se vivesse dando sinal ao inimigo... ou talvez ela não conheça o medo, daí não ter se asssustado com nosso escândalo, nem com as câmeras, nem mesmo com os flashes. ela não deveria estar num bom dia. Clarice, eu quis dizer.

depois de muita insistência eu a peguei com as pontas dos dedos e a coloquei fora de casa. todo cuidado para que não se machucasse. fechada a porta, as frestas das telhas se fizeram de acesso - passados poucos minutos ela voltou. frágil coisa alguma.

desta vez não foi Gustavo, mas Igor que não a queria lá dentro. "Sempre tive medo desse bicho". coisa mais contraditória. novamente insistiram e eu a coloquei do lado de fora. as pontas dos dedos das mãos e dos pés. eu me afastei um pouco mais da casa antes de soltá-la, o que não mudaria grande coisa afinal o trabalho, agora, estava feito. voltei voando em espiral.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

É, apresentei o TFG

Gravura de Gustave Doré.
Quotation required.

erere
reverei algo, sirererererererere